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MARIA MIQUELE SILVA FERREIRA

( Pará )

É natural de Mãe do Rio, Pará, Brasil.
Graduada em Letras, pela UFRA.
Membro da Academia Paraense de Letras do Brasil – Seccional Tomé-Açu/PA.

 

VII ANUÁRIO DA POESIA PARAENSEAirton Souza organizador.  Belém: Arca Editora, 2021.  221 p.  ISBN 978-65-990875-5-4    
Ex. Antonio Miranda

 

Alfredo e o segredo dos homens

“Alfredo segredou-lhe a vida com a ajuda do vento
e Camilo pôs-se a ouvir o que ele lhe dizia

quando brisa, contava-lhe histórias matreiras
e caso punha-se a revolver as folhas
a história era um pouco mais “encorpada”

aprendeu a reconhecer a voz da avó
e acreditava que ela o guardasse
assim como ele guardava as fotografias antigas

os rostos no papel amarelecido
o sorriso a transpor o tempo e o vazio
que preenche o corpo da mulher sorridente

Camilo colocava seus olhos fixos na avó
grafada no papel amarelo
e extraís voz daqueles lábios sorridentes

lá fora o vento soprava levemente a roseira
e Alfredo descansava o corpo na cadeira de balanço
ansioso pelo dia em que também se tornaria brisa

contaminado pela ideia de que não se morre
Camilo perpetuaria seus nomes e seu amor
e Alfredo pode então partir, tornar-se vento

chegara o tempo, estava findando o dia
lá fora a brisa caminhava pelo jardim
enquanto no quarto, Camilo segura as mãos de Alfredo
agora frias, sem vida
leve como o vento”

Às duas da manhã

Às duas da manhã a cama alarga-se
Consome os espaços do quarto
Atravessa a noite a desvendar segredos de liquidificador.


Às duas da manhã, a cama expõe o vazio
Preenchido pela tua ausência
Meu corpo solitário a naufragar sobre ela.

É quando o barulho do relógio de parede invade o quarto
O ponteiro olha bem na minha cara
E faz questão de andar ainda mais devagar.

Vidas inteiras rememoradas na imensidão do vazio
O perfume se alastra pelo quarto inteiro
E deixa em mim o cheiro da tua pele em chamas.

Às duas da manhã é ainda mais ensurdecedor o silêncio
As horas que antecedem o raiar do dia
Quando meus olhos contemplavam a pintura que é o teu corpo.

Às duas da manhã a cama costuma agigantar-se
Meu corpo pequeno ainda não aprendeu a nadar em águas revoltas
Enquanto isso,
— continuo afundando.”

 

*

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Página publicada em março de 2022

 

 

 


 


 


 

 

 
 
 
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